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Património Cultural

Música 08/01/2016 - 08/01/2016

Recital de Lieder, no Museu Nacional da Música

No dia 8 de janeiro, pelas 19h00, a Associação dos Amigos do Museu Nacional da Música apresenta o Recital de Lieder com Tânia Valente (soprano) e Alexey Shakitko (piano), no Museu Nacional da Música.

Bilhete normal: €5

Sócios: €3

 

 

Programa

Johannes Brahms

Intermezzo op. 118 nº2 (piano solo) 

Robert Schumann

Frauenliebe und Leben

Träumerei 

Franz Schubert

Auf dem Wasser zu singen, 

Wandrers Nachtlied

Richard Strauss

Die Nacht 

Allerseelen 

Morgen

 

Sobre os intérpretes

Alexey Shakitko (pianista e tenor russo) nasceu em 1976 no Cáucaso do Norte (Rússia).

Iniciou os seus estudos musicais aos seis anos e,  como criança muito dotada, foi admitido extra concurso na classe de piano da Escola Juvenil de Música e Artes, na cidade de Norilsk.

Em 1995 obteve diploma com nota máxima nas disciplinas específicas do programa Estatal. Em 1996 foi transferido para a Academia Estatal de Cultura de São Petersburgo, para a classe da destacada música e pedagoga Tatiana Euguenevna Lupikina, reconhecida pelas suas master-classes na Rússia, Bulgária, EUA, Suíça e Alemanha, e trabalhos teóricos na área da ornamentação musical

Em 1998 foi contratado sem concurso, após a prova de audição, para o lugar de tenor no coro do Teatro Mariinskiy (Ópera de Kirov), sob a direcção do principal maestro e director do teatro Valeriy Gergiev.

Com este coro teve oportunidade de trabalhar de perto com nomes do canto lírico, como Plácido Domingo, Andrea Bocelli, Renee Fleming, Ildebrand D`Arcangelo, Olga Borodina, G. Giacomini, Anna Netrebko, L. Diadkova, V. Galuzin, Maria Guleguina, Sergei Leyferkus, E.Obraztsova, P. Burtchuladze, entre outros.                

Em 2001 chega a Portugal, a convite do Teatro Nacional de São Carlos para a participação na ópera “Boris Godunov” de M. Mussorgsky, como pianista (acompanhador do coro), sob a direcção do maestro do coro João Paulo Santos.

Em 2003 deu inicio à sua actividade profissional como membro do coro da Fundação Calouste Gulbenkian.

 

Também com 6 anos, a soprano Tânia Valente iniciou os seus estudos musicais, primeiro na escola primária, e a partir dos 11 anos no Instituto Gregoriano de Lisboa. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas: Estudos Ingleses e Alemães (FLUL) e em Canto (ESML). Posteriormente obteve, com Distinção,  o grau de LGSM (Licenciate by the Guildhall School of Music and Drama) através do Trinity College. Como cantora de ópera, foi “Fanny”  em O Tanoeiro de Thomas Cooper (Teatro da Trindade), “2ªDama” na Flauta Mágica de Mozart e “Sebastiana”, numa versão portuguesa da sua autoria da ópera Bastien und Bastienne de Mozart, com o apoio da Universidade de Lisboa. Em 2014 concluí o seu Doutoramento em Música e Musicologia, ramo de Interpretação na Universidade de Évora, com uma tese sobre “A Língua Portuguesa no Canto Lírico: um estudo de relações entre técnica vocal e fonética articulatória”. É actualmente docente da Escola de Música do Conservatório Nacional, investigadora no Centro de Estudos de Teatro da Faculdade de Letras de Lisboa e membro do Coro Gulbenkian.

 

Foi neste  coro que se deu o encontro entre Alexey Shakitko e Tânia Valente.

Começaram com  uma colaboração informal num espectáculo de nome “Sopa-ópera”, com textos de selecção musical da própria Tânia. A este espectáculo seguiram-se muitas outras colaborações, que passaram por árias de ópera, Kurt Weil, música portuguesa, música e agora música alemã. Musicalmente, assumem-se como um duo, não apenas por tocam em conjunto, mas porque há uma empatia e uma sensibilidade comum, que os leva a realizarem em conjunto as suas expectativas musicais. Em conjunto, também sentem que, ao longo dos seus 7 anos de colaboração, cresceram enquanto músicos, e não a distância que os actualmente separa (Alexey vive em Angola) quebra os laços de amizade e de música que construíram. Num futuro próximo gostariam de apresentar  recitais de música portuguesa de autores contemporâneos e música francesa.

 

Para o recital no Museu de Música, e porque está uma patente uma exposição de violinos portugueses, convidaram o violinista Nuno Flores, que irá tocar justamente num violino português.

Formado pelo Conservatório Nacional de Lisboa e em Ciências Musicais na Universidade Nova de Lisboa, Nuno Flores integrou, entre outras a Orquestra Calouste Gulbenkian e Orquestra Metropolitana de Lisboa. Foi membro dos Quinta do Bill e membro fundador dos inovadores projectos - Corvos, Ensemble Amadeus e "The Crow".

 

 

Sobre o programa

 

O recital pode ser divido em duas partes. Numa 1ª parte, o lindíssimo Intermezzo op, 118 nº2, escrito por Johannes Brahms, introduz-nos num ambiente romântico. Seguem-se-lhe duas canções do mesmo autor, ambas as quais com diálogos entre personagens. Em Vergbliches Ständchen, um jovem tenta convencer uma donzela a abrir-lhe a porta, mas ela, como moça bem educada, não se deixa persuadir. Em Von ewige Liebe, o ambiente sombrio da noite serve de cenário a uma conversa entre dois apaixonados, um dos quais mostra inquitação pelo futuro do seu amor. Mas no final, a voz da amada tranquiliza-o e conduz a canção a um ambiente final de luz, completamente contrário ao seu princípio. É neste ambiente de luz a amor que entramos no ciclo “Frauen Liebe und Leben”, monólogo romântico por excelência, que narra ao vários estágios da vida de uma mulher, desde o momento do amor à primeira vista, o casamento, o nascimento do filho, até que a morte os separa e fica só a recordação daquele primeiro momento de encantamento, que Schumann genialmente reexpõe no final.

Finda a vida e amor, entramos no sonho (Träumerei), e é mais uma vez o piano que faz a ponte e nos introduz na segunda parte deste recital, em que vamos atravessar as várias fases de um dia. Começamos   ao entardecer, com a canções: Auf dem Wasser zu singen , de Schubert. Entretanto chega a  noite,  onde ainda há criaturas que vagueiam em Wandrers Nachtlied (canção de Schubert escrita a partir de um conhecido poema de Goethe, que não por acaso foi escolhida para banda sonora do filme “Twilight- Lua Nova” ), também de Schubert. Recuamos novamente ao entardecer, com Abendlied, canção  para voz, piano e violino do pouco conhecido compositor alemão Robert Kahn (1865-1951), mas com uma escrita que muito faz lembrar Brahms. Caí de novo a noite, uma noite muito tranquila, com Die Nacht de Richard e por fim chega a manhã, com Morgen, do mesmo compositor, percorrendo-se desta forma todas as fases do dia e fechando-se este recital.  

 

 

Videos dos músicos:


https://www.youtube.com/watch?v=V88MqhN2RGQ


https://www.youtube.com/watch?v=jg77bILP5d0



 

 

 

Organização:
Museu da Música/DGPC; Associação dos Amigos do Museu da Música
Local:
Museu da Música, Lisboa

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